quinta-feira, 7 de janeiro de 2010






O Som do Silêncio


Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar contigo novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio
Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a auréola de uma lamparina de rua
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio
E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam
Ninguém ousou
Perturbar o som do silêncio
"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"
O silêncio como um câncer que cresce
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar
Tomem meus braços que eu posso lhes estender"
Mas minhas palavras
Como silenciosas gotas de chuva caíram
E ecoaram no poço do silêncio
E as pessoas curvaram-se e rezaram
Ao Deus de néon que elas criaram
E um sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estavam se formando
E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações"
E sussurraram no som do silêncio


The Song Of Silence / Simon e Garfunkel




quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Estágios do Asana 

Em uma de suas preciosas citações, B.K.S. Iyengar diz que às vezes o asana é descrito como ginástica física e que essa descrição é muito equivocada, pois asana significa primordialmente postura, permanência, reflexão e repouso. E embora rotular os asanas como exercícios físicos seja uma descrição equivocada, é praticamente senso comum aqui no Ocidente classificá-los como se o fossem. De certa forma, esse tipo de conceito distorcido ajudou a divulgar o Yoga pelos quatro cantos do planeta, ao mesmo tempo que também ajudou a limitá-lo a apenas uma de suas inúmeras facetas. Isso porque somente a prática de asana não constitui uma forma específica de Yoga, ou seja, asana também é Yoga, mas Yoga não é somente asana. Pode-se até dizer, como inadvertidamente já se diz, que o Hatha Yoga, por exemplo, é tão somente o Yoga do corpo - daí a imediata associação com as posturas como se fossem exercícios físicos. Porém, pouco se diz da associação maior do Hatha Yoga com os processos de controle e expansão da energia vital ou pranayama. Tanto que uma das antigas denominações do Hatha Yoga é Pranayama Yoga, onde o controle do prana - uma espécie de energia sutil que a tudo permeia - não é apenas o mero controle respiratório, mas o link essencial para se acessar o conhecimento da mente, da consciência e de uma força superior, e racionalmente ainda inexplicável, a que chamamos de alma.
O interesse pelo aperfeiçoamento do corpo físico por meio dos asanas, tanto no Hatha quanto em qualquer outro sistema de Yoga, tem como objetivo a aquisição do conhecimento dos processos mentais, do funcionamento da mente e de seu possível entendimento inteligente. Pois só podemos tentar entender de maneira inteligente aquilo que conhecemos intimamente pelo estudo, pela prática, pela vivência. Mas como o funcionamento da mente, bem como seus inúmeros desdobramentos e implicações, ainda continua um mistério, tudo nos leva a crer que deva existir uma ponte que promova uma integração mais acessível da realidade dos mundos externo e interno do ser. E essa ponte, para o Yoga, é o corpo.
Na prática de Yoga, os asanas são, a princípio, realizados com a atenção total nos movimentos e posicionamentos do corpo, pois isso é tudo que o praticante consegue ver e sentir. Esse estágio incial, segundo Iyengar, pode ser chamado de Arambhavastha . A mente vai estar sempre correndo pela superfície, que é o corpo físico. Nesse estágio, não sabemos o que fazer direito: simplesmente fazemos. A mente é apenas levada às diferentes partes do corpo, assim como conduziríamos uma criança por caminhos para ela totalmente desconhecidos.
O segundo estágio é chamado de Ghatavastha . Nele, o praticante começa a perceber o corpo e suas ações de forma simultânea. A mente sai da periferia e começa a "acompanhar" os asanas em tempo real. O corpo não é apenas uma entidade separada. A mente passa a se movimentar com o corpo, a ter "atitude".
O estágio três é Parichayavastha , ou do íntimo conhecimento. Através da mente, o conhecimento do corpo torna-se inteligente e o esforço diminui. Ser íntimo de alguém significa conhecer e compartilhar a vida com essa pessoa. Significa que o esforço e as tensões de adaptação podem ser reduzidos, que a espontaneidade e o entendimento já estão incorporados ao relacionamento. O senso de intimidade com o asana faz com que o corpo seja percebido com inteligência e sensibilidade. Nesse instante, corpo e mente passam a ser um só.
Nispattyavastha , o quarto estágio, é o da perfeição, é o de estar "liberto do corpo". Ao estar perfeito na postura, há um esquecimento, uma libertação do corpo. Mente, inteligência e o mais profundo do seu ser estão agora unidos, num estado de perfeita integração. Em momentos como esse, não se pára para pensar se é o corpo ou a mente que está no domínio das sensações e percepções. De fato, isso já não importa, pois há um esquecimento espontâneo de que corpo e mente existem. Nesse exato instante, dá-se a plena liberdade corpo-mente. 


"Yoga sem espiritualidade é mera acrobacia" é o que Iyengar costuma dizer. Ou, nas palavras de Patañjali: "O corpo do yogi deve se mover na mesma rapidez que sua alma." 

por Rosana Biondillo



Da meditação a respiração!

Passamos a existir com a primeira inspiração e deixamos este mundo na última expiração. Mas este processo é tão natural, que raramente percebemos sua importância.
Estamos constantemente aprendendo, mas não sabemos fazer direito à coisa mais vital e prazerosa que é, simplesmente, respirar. Respiramos na maioria das vezes de maneira superficial e insuficiente, aproveitando menos da metade de nossa capacidade respiratória. Geralmente a pessoa respira conforme é sua vida: de forma rápida e automática.
O YOGA, filosofia milenar originada da Índia antiga utiliza a respiração como um de seus principais métodos. Todos os seus conjuntos de técnicas são potencializados através dos PRANAYAMAS (exercícios respiratórios).
A respiração ideal é profunda, silenciosa, suave e acima de tudo consciente, feita pelas narinas, apenas algumas técnicas do Yoga utilizam à boca na respiração. Muitos dos PRANAYAMAS , ensinados na prática, melhoram a capacidade respiratória, fortalecem músculos abdominais e intercostais, massageiam o diafragma, aumentam a resistência física, reduz a ansiedade e o “stress”, atua equilibrando as emoções, traz vitalidade e oxigenando melhor todos os órgãos internos e torna consciente uma função vital que antes era involuntária. A respiração do Yoga reflete-se em vários aspectos da vida: saúde, trabalho, esportes, na hora de dormir, nos relacionamentos (pois está ligada diretamente as emoções) e na sensação de bem-estar e paz!
A respiração é nossa ligação com a natureza e com o universo que nos rodeia.
O termo sânscrito PRANAYAMA é formado pelos vocábulos PRANA (alento, energia vital), YAMA (controle, domínio) e AYAMA (expansão, propagação). Pode então ser traduzido como o domínio e expansão da energia vital através de respiratórios.
O desenvolvimento e o controle dessa força levam a profundos estados de consciência, indispensáveis para vivenciarmos o SAMYAMA, técnica tríplice constituída de concentração, meditação e samádhi.
O ar que respiramos é alimenta o corpo material, através do domínio desse ar, conseguimos controlar o ar que alimenta nosso corpo sutil ou PRANA. Alguns exercícios alteram o ritmo normal da respiração em estado de vigília, tornando-a lenta e profunda ou acelerada e vigorosa, dependendo do efeito que se deseja. Isso é devido a estreita relação entre ritmo respiratório e níveis de consciência. Através das técnicas respiratórias do Yoga, o praticante pode silenciar a mente, aquietando os pensamentos e o corpo, podendo assim atingir os mais avançados estados de consciência. Por estas razões convido você a fazer essa viagem... Da respiração a meditação!

Pratique Yoga e viva essa mudança que pode fazer grande diferença na sua qualidade de vida! Experimente!

Namastê!

Professora Aline Freitas / Ananda Espaço Yoga.

Poema Se

Homenagem ao querido professor Hermógenes


Uma pequena lição sobre paciência e 
compaixão!


Um dia desses, eu estava voltando pra casa depois de duas aulas de Personal Yoga, era um “dia daqueles”, estava cansada e irritada. Minhas alunas moram no centro da cidade, fui à casa de uma e depois caminhei até a próxima aluna, o centro estava lotado, parecia que naquele dia em especial as calçadas estavam muito pequenas pra tanta gente. Os carros, o barulho, as pessoas andando rápidas e cabisbaixas, e o cansaço tinham me deixado sem energia, e ainda por cima eu teria que voltar pra casa de ônibus e dar mais duas aulas! Nossa realmente eu não estava bem... 


Chegando à parada de ônibus, achei um cantinho pra sentar e esperar meu ônibus que não passava nunca... Parecia uma eternidade aquele tempo ali. Até que uma senhora de idade avançada sentou-se ao meu lado e logo me perguntou: “ Que ônibus é esse?” Eu estava tão cansada que mal queria abrir a boca, mas sem olhar para a senhora, eu respondi. E assim ela continuou perguntando... Fiquei mais incomoda, até que, com a cara torcida, virei o rosto para ver a idosa e lhe disse: “ Senhora, qual ônibus está esperando?” .Ela respondeu: “Nonoai” . Era o mesmo ônibus meu! Falei: “ Olha senhora nosso ônibus é o mesmo, assim que ele chegar lhe aviso!” E virei o rosto novamente, para ficar sozinha com meus pensamentos e meu estresse. Mas o bem amado cósmico queria me testar, e logo ouvi a senhora perguntando mais uma vez e a cada ônibus que passava ( e não foram poucos): “ Que ônibus é esse?” . Eu nem podia acreditar que ela continuava a me “chatear”, confesso que tive vontade de levantar e deixa-la ali sozinha para que outra pessoa ajudasse. 


Foi então que minha alma Yoguini gritou dentro de mim! O que eu estava pensando e fazendo? Por mais que meu dia estivesse ruim, como eu poderia negar ajuda, ainda por cima a uma pessoa com mais experiência e sabedoria que eu, uma senhorinha de aparência humilde e sofrida, que provavelmente nem soubesse ler ou não conseguia ver o letreiro do ônibus e por isso estava com “medo” de perdê-lo. Então fui tomada por uma sensação de vergonha de mim mesma, quase com vontade de chorar, por deixar que certas “bobagens” não permitissem que eu reconhecesse ali naquela senhora o divino que habita em todos, não reconhecesse suas necessidade e que um dia minha mãe , eu , enfim, todos nós também teremos! 


Com muita paciência e compaixão me coloquei no lugar da senhorinha, continuei lhe respondendo, mas agora com mais ternura e atenção. Olhei nos olhos dela, percebi a pessoa que estava ali me pedindo uma “simples” ajuda e que quase neguei. Percebi a situação, a minha atitude e o Ser tão especial que estava diante de mim ofertando uma oportunidade para eu evoluir e aprender em uma parada de ônibus. 


Nosso transporte chegou, acompanhei a senhora até a porta dos idosos, e fui para minha porta, sentei no banco do ônibus renovada, sentindo-me leve, aliviada, e Feliz! Foi tão bom, reconhecer-me no outro, e não cair nas armadilhas do dia- a- dia, que nos envolvem por maya, ilusão, de que o “MEU EU” é mais importante que o SEU! 


Algo tão simples me fez entender o que é prasada, receber tudo e todos como benção! E também, a importância da paciência e a essência da compaixão! 


Aline Freitas.

Eventos do mês de setembro: Palestra e vivência sobre pranayama! Clique na imagem e confira...

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Yoga para Crianças

Yoga para Crianças
Brincadeira de criança como é bom, traz amor e esperança...como é bom!

Quem sou eu

Minha foto
Ilimitada, sou uma pessoa que vive a vida de maneira simples e feliz...busco estar em união com Deus, com o universo, com pessoas do bem, com a natureza e comigo mesma.Sou formada em Educacão Fisíca e minha paixão pelo Yoga começou a oito anos atrás, desde então, estou em constante processo de aprendizado para compreender, praticar e ensinar a filosofia yogue em toda sua dimensão. O Yoga é a luz no meu caminho e somente ele trouxe ao meu encontro Deus, que se estabeleceu no meu coração para toda a eternidade! "...finalmente, vi o sol brilhando por trás das nuves, e nunca mais esquecerei a sua face." Ensinar o disciplina yogue me possibilitou estar sempre em contato com seres de luz, minhas alunas e alunos, com quem tenho uma relação de amizade e carinho muito grande e é por isso que criei este blog para ficarmos ainda mais próximos. Ai está um pouco de mim...Namastê!

Sat Sanga, Comunhão com a Verdade!

Sat Sanga, Comunhão com a Verdade!